Acompanhamento Terapêutico e a Família do Paciente

Resumo: Essa produção busca destacar a importância do acompanhante terapêutico (at) ter uma postura atenta, não apenas às manifestações do paciente, mas também da família dele. Essa atenção poderá dar a oportunidade do profissional tentar esclarecer dúvidas, medos, suporte necessário; além de informar sobre as estratégias de intervenção usadas no AT.

Palavra-chave: Acompanhamento Terapêutico, clínica, dinâmica familiar.

Título em espanhol: Acompañamiento Terapéutico y la familia del paciente.

Palavras-Chave: Acompañamiento Terapéutico, Clínica, familia.

Título em inglês: Therapeutic Accompaniment & the family of the patient.

Key Words: Therapeutic Accompaniment, Clinic, family.

Acompanhamento Terapêutico e a Família do Paciente

O presente trabalho aborda de forma extremamente rápida alguns processos que o acompanhante terapêutico (at) encontra na sua prática clínica, com foco na sua relação com a dinâmica familiar do paciente em Acompanhamento Terapêutico (AT).

Nessa relação, conforme inúmeras práticas clínicas desenvolvidas desde a década de 1990, fica evidente que o at pode se deparar com:

  1. A família que direciona ao terapeuta at uma “demanda de salvação”, depositando no profissional as últimas esperanças para tratamento de uma patologia abordada (durante anos) por inúmeros outros profissionais.
  2. A família que toma o acompanhante terapêutico como um intruso que irá levar para fora do “protegido lar” algo “feio”, e se fecha, não permitindo a entrada do profissional e a saída (o circular) do familiar doente (o paciente).
  3. A família que despeja sobre o at a responsabilidade por toda e qualquer forma de tratamento, passando a não ajudar em nada, e a cobrar tudo.
  4. A família que não quer a melhora do seu ente, mas que contrata o serviço de AT por pressão de outros profissionais (psicólogos, professores, terapeutas ocupacionais, médicos, pedagogos, etc.) e/ou conhecidos (amigos, vizinhos, colegas, familiares) que apontam o erro de não buscar ajuda clínica intensiva imediatamente.
  5. A família que contrata o at, mas faz de tudo para que a intervenção não ocorra, pois o tratamento mostraria que a mesma é incompetente para resolver os seus próprios problemas.
  6. A família que coloca sobre o at a responsabilidade de resolver todos os problemas da família, querendo fazer dele um “terapeuta familiar” que atende em domicílio.
  7. A família que deseja que o at seja um “educador” (de matérias escolares, boas maneiras, convívio social, etc.) e passa a querer elaborar listas do que deve ocorrer nas sessões de atendimento, criando tarefas diárias, cobrando tempo para mostrar os resultados (duradouros e instantâneos).

Assim, tendo em vista os itens expostos, é de fundamental importância que o profissional da saúde que utiliza a estratégia clínica do AT tenha uma atenção muito grande aos processos vividos não apenas com o paciente, mas também com a família do mesmo.

A relação com esta, quando abordada de forma criteriosa, pode ser uma grande fonte de auxílio na promoção do processo clínico, tornando o Acompanhamento Terapêutico de fato um trabalho terapêutico.

Por óbvio, a adequada criação do contrato de prestação de serviço em Acompanhamento terapêutico (com validade jurídica) deve ser um ponto a ser estudo pelo terapeuta que lida nessa área.

Por fim, se a família do paciente não for considerada como elemento importante no processo clínico, a intervenção do acompanhante terapêutico poderá sofrer interferências não produtivas que, em alguns casos, podem chegar ao ponto final, da finalização da intervenção (de forma abrupta), ou, no mínimo, sofrer sabotagens constantes, tornando inviável a sua continuidade, pelo menos com o objetivo de ser ético e terapêutico.

Autor

Alex Tavares.

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