Resumo: este artigo trata do do autismo e apresenta reflexões, algumas críticas, sobre a denominação instituída desde 2013, “transtorno do espectro autista” TEA (do original “autism spectrum disorder” – ASD).
Palavras-chave: autismo, denominação, diagnóstico.
Autismo ou transtorno do espectro autista
O termo “transtorno do espectro autista” (“autism spectrum disorder” – ASD) é o atual nome apontado na nova versão do “Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais” (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – DSM-5 – 2013).
A nova classificação reflete um “consenso” de que os quatro distúrbios que eram separados nos manuais anteriores são, na verdade, uma única condição com diferentes níveis de gravidade de sintomas (leve, moderado e severo).
Destaque sobre a mudança entre o manual anterior e o DSM-5 é o fato do “transtorno do espectro autista” englobar o transtorno autista (autismo), o transtorno de Asperger, o transtorno desintegrativo da infância e o transtornos invasivos do desenvolvimento sem outra especificação.
O “transtorno do espectro autista” caracteriza-se por 2 pontos principais:
- Déficits na comunicação social e interação social.
- Restrição e repetição de comportamentos, interesses e atividades.
É importante destacar que há muitos críticos sobre as alterações ocorridas no novo manual.
Peter Kinderman, chefe do Instituto de Psicologia da Universidade de Liverpool (Reino Unido) afirma que o DSM-5 reduz os limites de diagnóstico e com isso eleva o número de sujeitos tidos como doentes mentais (o normal torna-se patológico).
Também Allen Frances, professor da Universidade de Duke (EUA), gera críticas negativas ao DSM-5 e aconselha os colegas a não adotarem a nova versão do manual, além de orientar os pacientes para que não aceitem diagnósticos com base em avaliações comportamentais breves.
Em opinião diversa, David J. Kupfer, chefe da equipe que revisou o DSM-5, diz que o novo livro estrutura melhor as desordens, pois contextualiza as manifestações, levando em consideração a idade, o gênero e as expectativas culturais. Além disso, caracteriza de formar mais interessantes os sintomas, apontando manifestação, duração e severidade.
A polêmica está gerada. O tema é atual e deve ser levado em consideração por todos, não apenas pelos profissionais da saúde (como psicólogos, acompanhantes terapêuticos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, etc.) e administrador dos sistemas de saúde (público e privado).
Lembro que em todo dia 2 de junho comemora-se o “Dia Mundial de Conscientização do Autismo”.
Ademais, a Lei 12.764/12 institui a “Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista”.
Por fim, conforme dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU) há cerca de 70 milhões de pessoas diagnosticadas com autismo no mundo.
Será que esses números sofrerão alterações significativas com os novos critérios diagnósticos?
Isso é bom ou ruim?
Autor
Psicólogo Alex Tavares, mestre em Psicologia (UFRGS). Para fazer supervisão presencial e/ou on-line em Acompanhamento Terapêutico, Psicologia e Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC) clique aqui. Para fazer o curso grátis de introdução ao Acompanhamento Terapêutico (AT) entre aqui.
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