Intersecções e Hiatos Entre a Rede de Tratamento, a Dependência Química e o Acompanhamento Terapêutico

RESUMO: Este artigo visa fazer uma reflexão sobre a importância do papel do Acompanhamento Terapêutico no cenário do tratamento a dependência Química. Essa reflexão leva em conta a realidade brasileira e suas opções de ferramentas terapêuticas, incluindo as redes substitutivas como CAPS-AD e comunidades Terapêuticas. Para tal, usarei como objeto de análise a observação de um grupo de Dependentes químicos em um CAPS AD em Porto Alegre – RS. Deste modo pretende-se buscar a  reflexão a respeito da integração teórica prática da dinâmica grupal, a técnica Cognitiva Comportamental, a dependência Química e suas intersecções como a prática do AT, assim como os Hiatos nesta correlação. O papel do AT obteve mais destaque com a Lei da Reforma Psiquiátrica e com a lógica psicossocial de saúde mental, com práticas ligadas principalmente aos CAPS (Centro de Atendimento Psico Social), tendo como função o processo terapêutico clinico pautado em novas técnicas e interagindo de modo multidisciplinar. Voltando seus saberes e práticas para atendimento e solução dos problemas pessoais, grupais e sociais, determinantes e determinados por alterações do comportamento e da afetividade. Ao analisarmos o caso do grupo no CAPS-AD percebe-se  que o trabalho surte um efeito muito bom, no entanto, por suas limitações acaba ficando sobre carregado. Os motivos para a recaída  e desistência do tratamento, estão apoiados na ausência de um elemento auxiliar ao usuário fora da rede, no momento de retorno para seu circulo social. O A.T. funciona como uma agulha que guia o usuário e o amarra a essa teia fazendo uma costura entre os mais diversos pontos de tratamento que abrange a sua demanda e vinculando o usuário á diversos profissionais, além de proporcionar um vinculo de segurança na formação de uma nova rede social. Resultado na diminuição da pressão dos serviços da rede, otimizando recursos e aumentando a qualidade de vida do usuário bem como de sua comunidade como um todo.

PALAVRAS-CHAVE: Acompanhamento Terapêutico, vínculo, dependência química.

Intersecções e Hiatos Entre a Rede de Tratamento, a Dependência Química e o Acompanhamento Terapêutico: Um Estudo Observacional de um Grupo em um CAPS ADIII

Este artigo visa fazer uma reflexão sobre a importância do papel do Acompanhamento Terapêutico no cenário do tratamento a dependência Química. Essa reflexão leva em conta a realidade brasileira e suas opções de ferramentas terapêuticas, incluindo as redes substitutivas como CAPS-AD e comunidades Terapêuticas. Para tal, usarei como objeto de análise a observação de um grupo de Dependentes químicos em um CAPS AD em Porto Alegre – RS.

Deste modo pretende-se buscar a  reflexão a respeito da integração teórica prática da dinâmica grupal, a técnica Cognitiva Comportamental, a dependência Química e suas intersecções como a prática do AT, assim como os Hiatos nesta correlação.

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O consumo de Tabaco, Álcool e outras Drogas

Em um primeiro momento deve-se tentar entender a natureza destes produtos, não esquecendo a existência de variados tipos de drogas, sejam elas legais ou ilegais. Cocaína, maconha, álcool, tabaco, café ou açúcar – todos estes itens são considerados drogas pelo simples fato de provocarem alterações físicas e/ou psíquicas e modificarem nossas funções ao serem introduzidas no organismo. (LONGENECKER; HEE, 1998)

Historicamente falando, muitas drogas já passaram por períodos de proibições, onde a via alternativa encontrada para seu consumo fio o tráfico ilegal. Durante os anos da Lei Seca nos Estados Unidos, por exemplo, período de nascimento e expansão de máfias com o objetivo comum de distribuir álcool por “baixo dos panos”.

Assim, o consumo de drogas ilícitas no mundo cresceu com o passar dos anos, não apenas devido ao proibicionismo, mas à forte demanda de investimentos em busca de lucro com este novo comércio que agora virará global (CARNEIRO, 2002).

Voltando à elucidação da definição de drogas, Pillon e Luis (2004), trazem conceitos diferenciados conforme diferentes áreas do conhecimento. Os modelos a seguir tentam explicar, de acordo com o seu entendimento, o fenômeno do uso de álcool e drogas:

  • De forma muito direta, o modelo ético legal enxerga o ato do consumo de drogas tidas como ilegais como um ato de transgressão a lei, requerendo imediata interferência. Portanto as únicas intervenções possíveis operam por meio de punições através do sistema jurídico.
  • Pelo modelo moral, acredita-se que a pessoa é responsável pelos seus atos tanto iniciais quanto durante o desenvolvimento dos mesmo. E, portanto, tudo que lhe é necessário seria a motivação certa fazer a escolha certa.
  • O modelo médico ou de doença enxerga o consumo como uma dependência, estando relacionada à fatores biológicos, genéticos, entre outros. Assim, este modelo foca na pessoa como portadora de uma doença (vício) que deve ser curada através do impedimento do abuso da substância.
  • Para o modelo psicológico ou psicossocial, o abuso de certas substância é imitado/ensinado, ou seja, socialmente transmitido. As características do local em que a pessoa vive, assim como com quem ela se relaciona influenciariam as suas escolhas quanto ao uso de drogas.
  • Por fim, temos o modelo sociológico ou sociocultural que se refere ao aprendizado do uso de substância psicoativas devido à tradições e à cultura de um povo. Enquanto em algumas religiões a abstinências é importante, em outras o uso de substâncias faz parte de um culto cerimonial (PILLON; LUIS, 2004).

Desta forma, percebe-se não haver apenas um modelo correto que explique a busca do uso de substâncias psicoativas por partes das pessoas. Pelo contrário, o uso de drogas e o comportamento humano sob efeito das mesmas são questionamentos complexos que requerem um enfoque holístico. (LONGENECKER, HEE, 1998)

Hoje há uma concentração de estudos a nível mundial que tentam entender e explicar a complexidade desde fenômeno crescente sobre a relação e o consumo de substâncias psicoativas, buscando sua correlação com a cultura, saúde e violência.

Estes esforços tem um maior destaque quando se observa especialmente a America Latina. Dados de 1998, realizados pelo grupo de trabalho das Nações Unidas de prevenção as Drogas e aos Delitos (ONUDD) aponta um aumento do consumo das substâncias psicoativas no mundo, com destaque a América Latina (SILVA ET AL, 2012).

Segundo a ONUDD, aproximadamente 208 milhões de pessoas em todo mundo são consumidoras de algum tipo de substância psicoativa, o que representa 4,9% da população global total. Ainda segundo este relatório, o espectro de idade dos consumidores encontra-se entre 15 e 64 anos de idade, é há o uma diversificação dos tipos de Drogas consumidas e geralmente com a combinação de mais de um tipo de substância (SILVA ET AL, 2012).

Os reflexos de um novo paradigma de tratamento

O movimento pós-reforma promove o efeito da desinstitucionalização dos pacientes, entre eles os pacientes crônicos, resultado do fechamento progressivo dos hospitais psiquiátricos, promovendo teoricamente o novo paradigma de tratamento e de conceitos de loucura e visão de sujeito. A realidade norte americana mostra que, nos últimos 40 anos, meio milhão de pacientes foram colocados em atendimento externo, sendo 10% deles considerados pacientes crônicos (Desviat,1999).

No Brasil a realidade traz estatística de atendimento da década de 90, que demonstram que 20% da população brasileira que possuía algum tipo de transtorno mental, destes 53% possuem demanda potencial por cuidados psiquiátricos, estando a grande maioria situada nas cidades de Brasília e Porto Alegre. Neste mesmo período, observa-se a queda de 20% no número de hospitais psiquiátricos, chegando assim, perto dos parâmetros aceitáveis pelo Ministério da Saúde, onde a taxa meta é de 0,5 leitos por mil habitantes, em 1991 chegou-se á 0,56 leito por mil habitantes (Alves, 1994).

Deste modo, foram criados e regulamentados em 2002, os Centros de Apoio Psicossocial (CAPS) que surgiram depois da chamada Reforma Psiquiátrica, os CAPS passam a exercer o papel de serviços substitutivos e de ferramentas de implantação da nova visão epistemológica de saúde mental. Deste modo, Portaria 336/2002 normatiza o CAPS em ordem crescente de complexidade e abrangência populacional, essa classificação traz: CAPS I, CAPS I, II, II, i – infantil – e AD, sendo o CAPS AD a unidade especializada em dependência Química, e assim, objeto deste trabalho (ROCHA, 2005).

Ao analisar mais intimamente a reforma, percebemos que a relação entre sucesso e fracasso está ligada a uma nova definição epistêmica de sujeito, que deverá resultar uma adequação intrínseca das políticas públicas, na preparação familiar e comunitária; e na formação de redes de apoio por parte de sociedade organizada.

No Brasil o número de leitos que era de 51.393 em 2002, passou para 36.797 em outubro de 2008, segundo o Relatório Brasileiro sobre Drogas da SECRETARIA NACIONAL DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS (2009).

Segundo Alves et al (1998), dados mostram, que as internações ocasionadas por problemas de saúde mental vêm mostrando um aumento dos custos da rede hospitalar do Sistema Único de Saúde, resultante de repetidas internações.

Há ainda, grande disparidade regional na concentração, distribuição aos serviços de rede de apoio. Dados do Relatório Brasileiro sobre Drogas da SECRETARIA NACIONAL DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS (2009) apontam que das 9.038 instituições contabilizadas, a grande maioria estão concentrada na região sudeste, mais especificamente nos estados de Minas Gerais e São Paulo, que juntos concentram 33% do volume total.

Em contrapartida, observamos que a Região norte abarca apenas 9 % do volume contabilizado, nos quais chama a atenção os estados de Roraima e Paraíba com menos de 1% do volume. Os dados mostram que as regiões Sul e Nordeste apresentam números de instituições muito próximos contabilizadas.

A disparidade na oferta de serviços fica manifesta, se, por exemplo, compararmos os indicadores de cobertura CAPS/100.000 habitantes, Região Sul (76%), da Região Nordeste (68%), da Região Sudeste (50%), da Região Centro-Oeste (44%) e da Região Norte (35%).

Além disso, 75% do total de cerca de 86 mil leitos são de hospitais privados e filantrópicos, Alves et al(1998) traz que:

“Os custo, no plano social, também são elevados. Assim, do total estimado de 430 mil pacientes internados por transtornos mentais em 1999, estima-se que aproximadamente um terço apresenta histórico de longas e/ou repetidas internações”. (pg.200)

O fenômeno acima é descrito por Desviat (1999) como “porta giratória”, pode ser explicado como efeito da falta de respostas dos serviços psiquiátricos de como introduzir cuidados para além dos ambulatórios para a população crônica, principalmente a de jovens adultos.

A introdução da técnica de Terapia Cognitiva Comportamental

Sendo o CAPS um espaço multidisciplinar voltado para uma compreensão de um sujeito global, à inserção da técnica Cognitiva (TC) e Cognitivo Comportamental (TCC) como técnica de tratamento e de reconhecimento dos fenômenos Grupais observados se torna uma grande alternativa neste contexto.

Apesar da grande gama de tratamentos para a dependência Química, observou-se uma grande evolução e um crescimento pelo interesse pela técnica Cognitiva (TC), muito impulsionada pela eficácia no tratamento da depressão (SILVA; SERRA, 2004).

Com a consolidação da eficácia para o tratamento da depressão, a TC e a TCC foram testadas em outros transtornos mentais, entre eles, a dependência Química (SILVA; SERRA, 2004).

A Terapia Cognitiva (TC) caracteriza-se por ser uma abordagem estruturada, diretiva, focal e de prazo delimitado, baseando-se em uma relação empática, genuína de colaboração mutua entre terapeuta e paciente. Já na Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) o cliente passar a ser instruído a identificar pensamentos automáticos, distorções  Cognitiva de julgamento com o objetivo do mesmo, ser seu próprio terapeuta (SILVA; SERRA, 2004).

A pesar de seu estigma de ser um tratamento individual, em 1979 se observava o primeiro texto que trata do tratamento de pacientes com depressão em um formato grupal, com resultados positivos.

Além da relação custo benéfico, a TCC em grupo apontou alguns aspectos relevantes para a aplicabilidade em grupo que ajudou a comprovar sua eficácia, entre elas estão: a interação grupo-terapeuta, grupo com o elemento do grupal (caracterizando o grupo como um segundo terapeuta)  e a interação e entre elementos (que não é causal e tem objetivo de potencializar o aprendizado e o processo terapêutico.) (BIELING; MCCABE; ANTONY & COLS, 2006).

A eficácia do tratamento grupal da TCC em diferentes tipos de substâncias psicoativas vem sendo relatada por vários autores como:  Marques (2001); Williams; Meyer &  Pechansky (2007); Balbani & Montovani (2005); Moraes (2013).

O papel do Acompanhante Terapêutico

O A.T. (Acompanhante Terapêutico) é um agente que surge junto com a ascensão da psicofármacologia, processo que possibilitou a inserção de pacientes com dificuldades mentais na sociedade (Pulice & Rossi, 1997).

Neste cenário, surge a criação de uma nova proposta de tratamento trazida por Maxuwell Jones, inglês que em 1952 cria a primeira comunidade terapêutica, que tinha como ideias centrais: criação de espaço de convivência com a vida fora da instituição, o paciente e reconhecido como detentor de conhecimento, relação horizontal com os terapeutas, o grupo como processo terapêutico somado a psicoterapia, terapia ocupacional e a farmacologia (Jones, 1968).

Na realidade brasileira no final da década de 70, o papel do AT toma dois caminhos distintos, em São Paulo o AT é conhecido como “amigo qualificado” definição e ação influenciada pela atmosfera na Argentina. Já em Porto Alegre e no Rio de Janeiro o AT foi instituído como auxiliar psiquiátrico, sendo estes estudantes de diversas áreas que recebiam curso de especialização dentro da instituição de atuação.

O papel do AT obteve mais destaque com a Lei da Reforma Psiquiátrica e com a lógica psicossocial de saúde mental, com práticas ligadas principalmente aos CAPS (Centro de Atendimento Psico Social), tendo como função o processo terapêutico clinico pautado em novas técnicas e interagindo de modo multidisciplinar, voltando seus saberes e práticas para atendimento e solução dos problemas pessoais, grupais e sociais, determinantes e determinados por alterações do comportamento e da afetividade (Pitiá & Furegato,2009).

Nesta atmosfera, o A.T. surge como ator elo entre o paciente institucionalizado e o contexto social de origem. Esse papel é de fundamental importância no contexto contemporâneo de pós reforma, pois ele possibilita a preparação da família e a reinserção do paciente em seu ambiente social, devolvendo-lhe a cidadania e trabalhando uma maior autonomia, potencializando o processo terapêutico (Carvalho, 2004).

Deste modo, em seu  trabalho o A.T. dispõe de ferramentas  que podem ser utilizadas em um setting considerado  alternativo as práticas clinicas tradicionais, contribuindo para prevenção da medicalização excesso  e a contenção mecânica desnecessária, diminuindo os sintomas e aumentando a qualidade de vida do usuário do serviço(Silva, 2011).

Intersecções e Hiatos Entre a Rede de Tratamento, a Dependência Química e o Acompanhamento Terapêutico: Um Estudo Observacional de um Grupo em um CAPS ADIII

As observações foram realizadas no CAPS AD III – IAPI, localizado na rua VALENTIN VINCENTINI, S/N . Bairro: IAPI, CEP: 90520220. Município: Porto Alegre –RS, que trabalha em convênio com o Hospital Mãe de Deus, onde o hospital fornece os recursos humanos e a prefeitura fornece a estrutura física, desde 19/09/2012 (DataSUS, 2014).

Com atendimento Ambulatorial  a instituição conta com as seguintes  instalações físicas: 1 sala de acolhimento com classificação de risco e 3 clinica especializadas. Ainda conta com Farmácia terceirizada e atendimento social próprio. A equipe se constitui de 1 médico e 14 outros profissionais, dos quais 2 são psicólogos (DataSUS,2014).

Foram realizadas 3 vistas a instituição, sendo a primeira visita composta de uma reunião com a Psicóloga responsável para orientações teóricas  e escolha dos grupos a serem observados.

Na segunda e na terceira visitas forma realizadas as observações do grupo escolhido, sendo organizado da seguinte maneira: foram 2 dias de observações (segunda e quarta), com duração de 3hs de tempo total de observação.

O tempo  foi dividido em 13hs e 30min por dia observado, sendo 15 minutos na rua, 1hs de observação do grupo na sala do grupo e 15 min. de discussão com a Psicóloga responsável, acerca do conteúdo e do referencial teórico.

Foram escolhidos para a observação os participantes dos grupos de sentimentos e neuróbica.

Cada grupo contava com 16 pacientes, sendo 2 mulheres, a média de idade do grupo era de 35 anos, sendo um grupo heterogêneo com relação ao tempo que frequentava o serviço (CAPS), havia uma mistura entre usuários recém-chegados e outros mais experientes e já abstinentes, quanto à situação clinica havia 1 paciente sob forte efeito da medicação e 1 sob o efeito de substância psicoativa (caso de recaída).

Breve relato do ambiente físico

Pequena sala parecia uma sala de aula com vários murais cheios de fotos de passeios feitos com os participantes dos grupos da instituição.

Havia uma mesa grande e várias cadeiras posicionadas em formato de circulo próximo à um canto maior da sala, onde também se localizada um quadro branco na parede. Haviam janelas entreabertas, pelas quais não se enxergava o outro lado (o lado de fora).

Do lado da porta de entrada da sala, havia fantasias de palhaço e outros panos coloridos pendurados.

Breve relato do ambiente social

Os pacientes que estavam no local já haviam participado de outras oficinas pela manhã, então ao chegar ao local da observação as 13 h, foi possível observar uma interação entre os componentes do grupo, eles estavam todos fumando (“Eles tem horários certos e controlados para o consumo do cigarro.” diz a Psi).

Os componentes que parecem ser os mais antigos buscam interação com os novos, além disso, mais de um elemento indaga para um elemento que está mais quieto (Está tudo bem? Precisa de algo? Está com sono?).

A Psi destaca que todos estão ali por vontade própria, que a participação nos grupos é voluntária, e é com essa motivação que a técnica trabalha, afim de promover a auto eficácia e a auto estima.

Ao indagarmos sobre a redução de danos, a Psi relata que esta postura tem facilitado à adesão do tratamento e que pela sua experiência aquele era o único local onde o método era utilizado.

Relato do grupo de sentimentos

Psi explicou que este grupo existe desde 2012 e ocorre duas vezes por semana, todas as segundas e sextas-feiras à tarde. Ela relatou que o objetivo do grupo é discutir a respeito das emoções/sentimentos que surgem durante o processo de contato com as drogas, assim como no estado de abstinência que a maioria deles se encontra e enfrenta dentro do CAPS AD III.

O grupo estava comentando a respeito do teatro dos palhaços com Psi. Segundo o que Psi nos comenta depois da sessão, este projeto está sendo desenvolvido já faz algum tempo e envolve todos os membros do grupo. O fato deles se vestirem de palhaço, segundo Psi, desenvolve a auto-confiança, auto-eficácia, além de desviar o foco de atenção deles para algo mais descontraído.

Além disso, o fato de se apresentarem faz com que os componentes do grupo pensem em se “doar” para outras pessoas (isso mostra para eles que outras pessoas também têm problemas, e que é possível reverter esta situação. «Eles estão acostumados a serem assistidos e nesta atividade em particular, eles assumem o papel ativo de assistente e não de assistido, saindo do papel de “coitadinho” e de “impotente.”» diz a Psi.)  

Durante a discussão sobre o teatro dos palhaços, Psi relatou que iria ocorrer uma apresentação em outro CAPS e que ela estava recrutando palhaços voluntários. No início, o grupo parecia estar mais na defensiva e demorou uns minutos para reagir ao questionamento lançado por Psi.

A sessão ainda estava no início e o grupo parecia estar intrigado com a presença dos observadores, portanto se manteve mais retraído em um primeiro momento. Psi, em pé na frente do quadro branco e com um marcador azul na mão, incentivou a participação do grupo como um professor incentivando os alunos a responder a uma pergunta.

#P8: quebra o silêncio fazendo perguntas a respeito do horário, do dia, do local, do ônibus de ida e volta, etc.

Esta “atitude” de tomar a frente de P8 deixou a oportunidade para os outros participantes do grupo falarem. A partir daí algumas mãos foram se levantando e concordando em se vestir de palhaço para o evento.

O tema principal que Psi tratou com os membros do grupo naquele dia foi entender o mecanismo da abstinência das drogas.

Para tal, Psi lançou várias perguntas ao grupo, pedindo para que eles trouxessem alguns sentimentos que lhes ocorriam durante o dia-a-dia no CAPS AD III, e explicando um pouco sobre o papel destes sentimentos no processo de abstinência.

Vários participantes do grupo falaram emoções em voz alta, enquanto Psi anotava-as no quadro branco criando uma lista.

#P8: foi um dos mais participativos, questionava muito o que Psi trazia para o grupo. Levantava hipóteses e mostrava interesse nos assuntos colocados em discussão, porém trazia os sentimentos vistos de uma maneira muito objetiva e prática, como se estivesse falando de uma teoria.

Nunca trazia um sentimento como se fosse o seu, apenas falava de um jeito superficial, parecia evitar entrar em detalhes sobre que tipo de sentimentos aquela vivência no CAPS lhe provocava.

P8 parecia ser o líder, pois além de ser falante, muitas de suas frases utilizavam “a gente”, como se estivessem indicando que ele estava falando por todos, sendo o porta-voz de todo mundo.

P1: tinha um olhar sonolento. Seus olhos estavam semi-abertos na maior parte do tempo, porém ele estava bastante atento ao que se passava ao seu redor, principalmente ao que Psi fazia.

Ele se levantou várias vezes para ajeitar duas cadeiras que estavam perto de Psi, parecia que estava querendo criar mais espaço para que Psi pudesse ficar o mais confortável possível. Parecia que ele estava tentando agradar a ela.

Ele também ajeitou algumas folhas que estava em cima de uma mesinha ao lado de Psi. (isto tudo enquanto ocorria a discussão de grupo). Enquanto estava sentado, ele tremia/mexia muito as pernas, seu corpo parecia inquieto. Porém, sempre que se levantava para mover algum objeto, retornava em seguida ao seu assento, sem sair da sala.

P3: foi a única mulher presente naquele encontro do grupo de sentimentos. Ela estava nitidamente mais retraída no início da sessão, apresentando uma postura mais “fechada”, com braços e pernas cruzadas, mas ao longo da conversa ela foi se soltando e falando mais sobre o que sentia.

Ela respondeu a maioria das perguntas de Psi sobre os sentimentos que eles sentiam durante o período de abstinência dentro do CAPS AD III e outras perguntas sobre o mecanismo da abstinência. Ao trazer sentimentos, P3 parecia estar mais focada nos seus próprios, ao invés de muitos outros que falavam sentimentos no geral que todos poderiam sentir sem focar muito em si.

Se tornou muito mais participativa, chegando a relatar informações dando exemplo de sua vida pessoal e sendo a única que claramente citou as drogas que usa/usava. Seus questionamentos quanto ao processo de abstinência auxiliaram Psi a levar a discussão adiante.

P5: estava com os braços cruzados durante a maior parte do tempo da sessão de grupo. Parecia estar na defensiva, não esboçava nenhuma reação durante a discussão. Estava com “a cara amarrada”, demonstrando não estar à vontade naquela roda. Seu olhar estava quase sempre voltado para Psi, não dando muito atenção ao que se passava ao seu redor. Este participante transmitia uma certa angústia e tristeza na feição e estava relativamente pálido.

O grupo parece apresentar a auto estima baixa resultante de julgamentos advindos de seus familiares, que pelo relato geral não compreendem seu problema de saúde, outro aspecto interessante é o apoio do grupo com o  reconhecimento das potencialidades de cada componente e a construção de soluções em conjunto.

Relato de Neuróbica

Neuróbica é um método de exercícios para melhorar a capacidade cerebral. Diferente de jogos de quebra-cabeças e palavras cruzadas, de memória, a Neuróbica usa os cinco sentidos e baseia-se em atividades simples e divertidas.

Nosso dia a dia é ocupado por rotinas que limitam o cérebro e junto com a preguiça ou até mesmo comodismo faz com que a maioria das pessoas utilize apenas uma porcentagem do cérebro nas tarefas diárias.

É necessário, portanto, exercitá-lo com exercícios que podem ser realizadas a qualquer momento nas atividades de rotina, mas fazendo de forma diferente do que é realizada diariamente, modificando a forma de executar a maioria das tarefas comuns.

Por exemplo fazendo caminhos diferentes para voltar para casa, lendo revistas ou o jornal de trás para frente, trocar o relógio de braço, escovar os dentes com a mão trocada, modificando móveis em casa e assim por diante. Como resultado a pessoa tem uma mente mais saudável e uma melhor capacidade de enfrentar desafios.

A Neuróbica ajuda a estimular a produção de nutrientes que desenvolvem as células do cérebro, fazendo com que elas fiquem mais jovem e forte (KATZ; RUBIN, 2000).

Funcionam, assim, como os exercícios físicos aeróbico que ajudam a manter a forma física, auxiliando na melhora da capacidade cerebral.

Ao  fazer os exercícios, circuitos quase nunca ativados da rede associativa do cérebro são utilizados, aumentando a flexibilidade mental. Temos mais probabilidade de arquivar uma informação na memória de longo prazo se essa informação possui um significado emocional de maior peso.

É por isso que emoções agradáveis, através das interações sociais, constituem uma estratégia fundamental da Neuróbica (KATZ; RUBIN, 2000). Os exercícios da Neuróbica não vão fazer voltar o cérebro que tinha anos atrás, mas pode ajudar para que tenha uma considerável melhora e podendo ter uma memória que muitos jovens não tem.

Psi chegou no grupo falando sobre o CAPS ID III, pois no dia anterior uma das internadas passou mal (#P12), faltou oxigênio, e por sorte havia uma ambulância ao lado na emergência e ela foi socorrida.

P12: Ela estava muito bem e bem participativa no grupo. Falou que teve ajuda de um dos internados, ele fez graça e animou ela até se sentir melhor. Elogiou o atendimento, mas também reclamou pelo CAPS não ter aceitado dar passagem para que ela pegasse um ônibus e voltasse do hospital. Falou que não confiaram nela e fizeram ela esperar 2 horas para voltar.

Psi falou que não era questão de confiança, mas sim de responsabilidade. Seria uma responsabilidade muito grande levar e voltar de ônibus com os internados.

O Grupo ficou animado, não sabiam o que significava Grupo de Neuróbica, mas ao ver balões nas mãos da psicóloga já gostaram. A primeira tarefa desta sessão de grupo foi a leitura de um texto que estava com as letras das palavras embaralhadas, onde somente a primeira e a última estavam no lugar correto.

Foi distribuído uma folha contendo este pequeno texto para cada um dos participantes incluindo os observadores e Psi pediu a todos que lessem para si mesmo o que estava escrito na folha.

P6: Repetiu várias vezes que a tarefa era muito difícil e que não estava entendendo nada do que estava escrito no papel. Mas apesar de continuamente se queixar, não parava de tentar terminar a leitura.

P2: É o único que já tinha participado desse Grupo de Neuróbica e gostou muito, falou que foi divertido e que é importante.

A segunda tarefa proposta por Psi para exercitar o cérebro dos participantes foi um jogo de forca com regras diferentes. As palavras eram escritas de trás para frente para maximizar a ativação cerebral.

O grupo ficou bastante animado com a brincadeira, principalmente as duas mulheres presentes, as quais demonstravam ser bastante amigas. Elas tinham as unhas pintadas com as duas mesmas cores, sendo uma unha de uma cor e a próxima da outra e assim por diante.

Psi inicia o jogo com a palavra “malão”. Quando a palavra é descoberta pelos participantes, o acento “~” não é colocado na palavra e então #P12 se levanta, pega o marcador do quadro e coloca o acento na letra “O”. P13 também levanta-se de sua cadeira e vai ajudá-la, mostrando que o acento vai sempre na letra “A”. O grupo começa a falar ao mesmo tempo, parece mais relaxado e animado com o jogo oferecido por Psi.

P6 é a próxima a escolher uma palavra a escrever. Ela dá dicas aos outros membros dizendo que “É uma coisa que ninguém pode deixar de ter.” Todos parecem ficar intrigados pela palavra escolhida por #P6. #P12 brinca com ela dizendo: “Conhecendo a ******, até sei o que ela escreveu. Deve ser algo relacionado com amor, paz.” Após mais dicas de P6, o pessoal descobre a palavra “esperança” e ela reforça: “Ninguém pode deixar de ter.”.

#P3: participante mais pragmático do grupo de sentimentos, que parecia ser o porta-voz do grupo. Ele esfrega a testa com uma mão, fazendo cara de reprovação em relação ao que #P6 diz sobre esperança. Em seguida, começa a reclamar do próximo participante que joga e se confunde na ordem das letras. Segundo ele, falta organização no jogo e isto parece estar o irritando cada vez mais.

Intersecções e Hiatos Entre a Rede de Tratamento, a Dependência Química e o Acompanhamento Terapêutico: Conclusão

Segundo a Psi. um dos maiores  desafios dentro desse  tipo de abordagem é que os pacientes conseguem fazer as atividades dentro da estrutura do CAPS AD III, mas são poucos que conseguem realizar os exercícios fora do CAPS AD III, e apesar da adesão nas oficinas serem relativamente satisfatória, há uma falta de apoio fora da instituição, conforme palavras dos pacientes “falta alguém que nos ajude lá fora, tem muitas situações que ficamos sem saber como agir.”

Ainda segundo a Psi, essa falta de apoio e  a ausência de um programa de acolhimento refletem no índice de pessoas que retornam ao serviço sob o efeito de substâncias psicoativas e abandono do tratamento.

Há indícios que a falta de políticas sociais de assistência e de redes de apoio, tornam esse indivíduos, deserdados sociais. Constituindo um desafio de adaptação desses sujeitos, da sociedade e dos profissionais que parecem identificar uma restrita lista de ferramentas de intervenção Desviat (1999).

Ao voltamos o olhar para o desenvolvimento das atividades em grupos podemos observa que a adesão do grupo se dava de forma espontânea, entre tanto aparece também no discurso da Psi. a problemática descrita por Desviat(1999) como porta giratória, outro processo que chama atenção  é a configuração destes grupos.

Em seu estudo Ferreira ET AL(2012)  traz que o perfil de 350 pacientes internados por dependência química, entre outros aspectos chama à atenção a média de idade de 35,8 anos em sua maioria solteiros,  que estudaram até ensino fundamental   e  estavam desempregados.

Os motivos das internações são dividias entre dependência de álcool  com 45,1%, e 49,4% com dependência de múltiplas Drogas, destes pacientes 71,7% tinham histórico de internações anteriores.

Ainda em outro estudo Alvarez(2007), refere que em dependentes alcoolistas o indicie de recaídas após três meses apresenta uma variação de 70% a 90%, e após 18 meses 90% tinham recaído, ainda o estudo refere que após um ano de tratamento apenas 26% ainda permanecia abstinentes.

Esse estudo traz como fatores de riscos  a dificuldade na reconstrução do vinculo social , o apelo social para o consumo,  a falta de apoio na rede familiar, manejo da situações de risco, ausência de ferramentas para trabalhar o problemas psicológicos e físicos  somados a uma gama de sentimentos que o usuário não sabe como enfrentar .

Por outro lado à profissão do A.T. é muito recente  e ainda desconhecida da maior parte da população e dos profissionais que compõe a rede de atenção mental, deste modo ao A.T. possui uma inserção ainda tímida  e aquém de sua potencialidade, embora não seja ele a “formula mágica “ para o sucesso terapêutico na nova concepção epistêmica, o A.T. torna-se um elemento que pode favorecer o sentido de tratamento de um sujeito integral  que tem sua subjetividade (GONÇALVEZ & BENEVIDES,2013).

Ao analisarmos o caso do grupo no CAPS-AD percebe-se  que o trabalho surte um efeito muito bom, no entanto, por suas limitações acaba ficando sobre carregado.

Os motivos para a recaída  e desistência do tratamento, estão apoiados na ausência de um elemento auxiliar ao usuário fora da rede, no momento de retorno para seu circulo social.

Confirmando fatos já citados por Ferreira ET AL (2012); Desviat (1999) e  Alvarez (2007) que parecem estar presentes em toda parte da rede, seja na entrada para começar o tratamento, na continuidade ou na manutenção do tratamento.

O Acompanhante Terapêutico (A.T.) possui uma gama de ferramentas que se usadas no momento certo na situação correta, pode auxiliar em muito o trabalho do outros profissionais no processo terapêutico do paciente, favorecendo e desenvolvendo as potencialidades do mesmo.

Esse resultado poderia ser observado se padecêssemos unir a técnica cognitiva comportamental, empregado no grupo, com as técnicas de psicoeducação, relaxamento, treinamento de habilidades sociais, técnica de resolução de problemas e técnica da projeção temporal; empregadas  pelo profissional de Acompanhamento Terapêutico, feita fora da instituição e de maneira individual e adaptada a cada cliente (SILVA In: SILVA, 2012).

O A.T. funciona como uma agulha que guia o usuário e o amarra a essa teia fazendo uma costura entre os mais diversos pontos de tratamento que abrange a sua demanda e vinculando o usuário á diversos profissionais, além de proporcionar um vinculo de segurança na formação de uma nova rede social. Resultado na diminuição da pressão dos serviços da rede, otimizando recursos e aumentando a qualidade de vida do usuário bem como de sua comunidade como um todo.

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Autor

Robson Silva de Souza – Formando em Psicologia (PUCRS), acompanhante terapêutico (CTDW). Fone: (51) 98176-3470. http://www.inovus-saude.com.br

Orientador: Alex Tavares.

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